Hypatropis inêrmis ( Stål, 1872 ) (Stal, 1872) Bergroth, 1891

Hypatropis inêrmis ( Stål, 1872)

( Figs. 4, 9, 14, 19, 24, 29, 34, 38)

Melpia inermis Stål, 1872: 31; Berg, 1879: 50; Lethieny & Severin, 1893: 146.

Hypatrapísjnermis: Kirkaldy, 1909: 91.

Oennpiella ímpicta Jensen-Haarup, 1928: 186, SYN. N

Tipos: Holótipo macho de M. inermís , “ Rio Jan. [Rio de Janeiro, Brasil], Kinb. [Kimber, col.-], o', Typus” ( NHRS), examinado . Lectótipo macho de O. ímpicta , “02 type coll. J=Hrp., Type, B’ Ayres [Buenos Aires, Argentina], W. Sørensen I ”, Oenopiella impicta =Hrp Jensen Haarup det. ( ZMUC), aqui designado . Paralectótipo fêmea de O. impicta , “ Buenos Aires, W. Sørensen, 1/ 1877, coll. JHrp, Type, type ç ” ( ZMUC), aqui designado .

Coloração amarelo- pálida a castanho-escura. Corpo ovalado, e convexo ventralmente. Jugas e clípeo subiguais em comprimento. Antenas ocasionalmente com artículos avermelhados. Primeiro segmento do rostro quase tão longo quanto a búcula. Rostro atingindo o metastemo. Margens ântero-laterais do pronoto distintamente crenuladas ou serrilhadas no terço ou metade anterior. Mancha do prostemo conspicua. Escutelo com pontuação densa e irregularmente distribuída; banda média longitudinal com pontuação csparsa na metade apical. Cório destituído de pontuações em 2 faixas, uma de cada lado da veia radial; a mais extema atinge a sutura da membrana, e a mais interna termina junto com a veia radial; presente uma linha de pontuações intemamente à veia radial; adjacente à sutura claval uma linha de pontuações seguida por uma estreita faixa destituída de pontos. Peritrema ostiolar em clava. Espiráculos negros e elipticos. Banda lateral do abdome, entre os tricobótrios extemos e a margem lateral indistinta, devido a pontuação uniforme em toda a superfície ventral do abdome; manchas arredondadas, ferrugíneas presentes no meio do VII segmento, podendo ocorrer no VI; em outros exemplares estas manchas estão ausentes.

Machos. Comprimento total 8,18 (6,97-9,18); largura do pronoto 4,48 (3,81 -4,86); largura do abdome 4,37 (3,73-4,78); comprimento da cabeça 1,51 (1,30- 1,70); comprimento diante dos olhos 0,76 ( O,65-0,89); largura da cabeça ao nível dos olhos 1,89 (1,70-2,11); largura da cabeça diante dos olhos 0,78 (0,65-0,89); distância interocular 1,30 (l, 13-1,38); distância ocelo - olho 0,32; comprimento dos artículos antenais. I- 0,43 (0,41 -0,57); II- 0,42 (0,32-0,49); III- 0,85 (0,73-0,97); IV-0,74 (0,65-0,89); V- 0,86 (0,81-0,97); comprimento do pronoto 1,97 (1,62-2,11); comprimento do escutelo 3,12 (2,75-3,32); largura do escutelo 2,85 (2,43-3,08).

Pigóforo ( Figs. 4, 9, 14). Projeções cônicas do folheto intemo do bordo ventral destituídas de dentes, atingindo quase a metade do comprimento do tubo anal; projeções lobulares do folheto intemo ausentes. Folheto externo do bordo ventral carenado; carena recoberta por uma franja de pêlos espessos. Área côncava entre os folhetos interno e externo com uma profunda escavação mediana; áreas laterais a esta escavação com raras máculas onde se inserem pêlos; demais pêlos destituidos de máculas na base. Parede ventral do pigóforo com pontuaçöes mais concentradas na região mediana. X segmento, em vista ventral, quase plano nos dois terços distais.

Phallus ( Figs. 19, 24, 29). Diâmetro do processus capitan' 1,5 vezes maior que o comprimento da phallotheca, ao longo da linha média longitudinal. Processos 1 da phallotheca quase paralelos, não dilatados no ápice. Processos 1 da conjuntiva levemente esclerotinizados, principalmente na metade distal, mais longos que os processos l da phallotheca. Processos 2 da conjuntiva quase paralelos, levemente dilatados nos dois terços apicais. Projeção aculeiforme da base do processo 2 da conjuntiva muito desenvolvida, curva, ultrapassando em muito as abas carenadas do processo da vesica. Vesica, em vista ventral, mais estreita que o processo 2 da conjuntiva, e em vista lateral, encoberta por ele.

Fêmeas. Comprimento total 8,44 (7,54-9,84); largura do pronoto 4,48 (3,97-5,02); largura do abdome 4,54 (4,13-5, 18); comprimento da cabeça 1,58 (1,38- 1,78); comprimento diante dos olhos 0,78 (0,73-0,89); largura da cabeça ao nível dos olhos 1,88 (1,70-2,1 1); largura da cabeça diante dos olhos 0,78 (0,73-0,89);distância interocular 1,26 (1, l3-l,38); distância ocelo - olho 0,32 (0,24-0,32); comprimento dos articulos antenais. I- 0,42 (0,41 -0,49); II- 0,40 (0,32-0,49); IH-0,86 (0,73- 1,05); IV-0,72 (0,65-0,81); V- 0,89 ( O,8l- 1,05); comprimento do pronoto 2,0 (1,78-2,27); comprimento do escutelo 3,24 (2,75-3,56); largura do ’ escutelo 2,92 (2,67- 3,32).

Placas genitais ( Fig. 34). Gonocoxito 8 com bordo posterior quase uniformemente convexo; ângulos suturais nãosalientes. Laterotergitos 8 tão longos quanto os laterotergitos 9, esses ultrapassando, de maneira variável, a banda que une dorsalmente os laterotergitos 8.

Genitália interna ( Fig. 38). Braços do gonocoxito 9 afilando-se em direção ao ápice e atingindo a base dos laterotergitos 9. Espessamentos secundários das gonapófises 9 encobrindo parcialmente as Chitinellipsen, projeções convergentes. Espessamento da íntima vaginal longo, comprimento quase igual ao dobro da largura. Região posterior à área vesicular do ductus receptaculi extremamente espiralada, com parede esclerotinizada. Região do ductus anterior à área vesicular não-enovelada; comprimento da região posterior aparentemente maior que o da região anterior. Cristas anulares desenvolvidas, esclerotinizadas, não-convergentes, quase iguais em diâmetro. Crista anular anterior voltada para o ductus receptaculi. Crista anular posterior com o dobro do diâmetro da capsula seminalis. Anel esclerotinizado na base da pars intermedialis com um quarto do seu comprimento. Capsula seminalis globosa.

Distribuição: Suriname (Paramaribo); Brasil (Pará, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul); Uruguai (Montevideu); e Argentina (Santa Fé e Entre Rios).

Material examinado. SURINAME: Paramaribo, Kwatlaweg, fêmea, 24-1- 1934, Geyskes ( USNM) ; BRASILI Pará, Belém do Pará, fêmea, 14 -III-l 979, Bonifácio, sobre folha de arroz ( UFRG) ; Belém do Pará, I. A. N., fêmea, 29-1- 1964, Apol. Souza ( UFRG) ; Rio deJaneiro, Rio de Janeiro (Distritofederal), Guaratiba , macho, 20-1- 1957, A. Silva ( QBUM) ; Rio de Janeiro, Tijuca, fêmea, 1945, Carvalho ( QBUM) ; São Paulo, Paulinia , lixão de Paulinia, fêmea, 2 l-V- 1982, C. Paiva ( MZSP) ; São Paulo, Ipiranga , fêmea, II- 1919, Lima ( FIOC) ; Ilha da Vitória , macho, l 6\27-IIl-l 964, Exp. Depto de Zoologia ( MZSP) ; Santa Catarina, Florianópolis, Morro das Pedras , fêmea, 19 -1- 1957, Buck ( MGAP) ; Rio Grande do Sul, Santo Antônio da Patrulha, fêmea, 24- VII-l 985, Becker, touceiras ( MCZN) ; Cachoeirinha, faz. lRGA, fêmea, 17- VII- 1985, Albuquerque, touceiras ( AMNH) ; idem, fêmea ( DARC) ; idem, fémea ( UFRG) ; Guaiba, faz. Piton , fêmea, 24-IX-l 985, Albuquerque, touoeiras ( AMNH) ; Eldorado do Sul, faz. Minuano , fêmea, 16-Vlll-l 989, Ú. Aner, touceiras de capim rabo de burro ( UFRG) ; idem, fêmea (ANINI-I) ; idem, fêmea ( MACN) ; idem, macho ( UFRG) ; idem, macho, VIII-l 990 ( UFRG) ; Pelotas, fêmea, 10-X-l 967, Foster ( UFRG) ; idem, fêmea, 25 VIII- 1975, Wilges ( UFRG) ; sem dados, fêmea ( UPRG) ; URUGUAIZ Montevideo, fêmea, 30~lv-l 929, W. R, Hertes; J. C. Lutz Collection. Homotype Melpia inermis Stål, L. H. Rolston , Hypatropis inermis (Stål) LHR 78 ( USNM) ; AROENn-NA: Entre Rios, Buenos Aires, San Fernando , fêmea, IX- 1962, Daguerre , Argentina, 1968 colln., I, Daguerre ( USNM) . Santa Fe', fêmea, Santo Tome, Rio Salado , fêmea, 30/3l-III-l97l, C, M, & O. S. Flint, Jr. ( USNM) .

Essa espécie é estritamente relacionada com H. similis e H. rolstoni pelas seguintes caracteristicas: corpo convexo dorsoventralmente; jugas tão longas quanto o clipeo; rostro terminando entre meso- e metacoxas, primeiro segmento tão longo quanto as búculas; peritrema ostiolar clavado. Pigóforo com projeções cönicas do folheto interno do bordo ventral quase atingindo a metade do comprimento do tubo anal (não observado em H. similís ); área côncava, entre folhetos interno e externo do bordo ventral, com profunda escavação mediana; phallus com processos 1 da conjuntiva pouco esclerotinizados; processos 2 da conjuntiva subparalelos. Genitália da fêmea com braços do gonocoxito 9 atingindo a base dos laterotergitos 9; gonapófise 9 com processos dos espessamentos secundários convergentes.

H. inermis distingui-se das demais espécies pelas seguintes caracteristicas: banda lateral do abdome, entre tricobótrios externos e margem lateral, indistinta, devido à pontuação uniforme em toda superfície ventral do abdome. Pigóforo com carena do folheto externo do bordo ventral recoberta por franja de pêlos espessos; phallus com diâmetro do processus capitan' 1,5 vezes maior que o comprimento da phallotheca, ao longo da linha média longitudinal; processos 1 da conjuntiva mais longos que os processos 1 da phallotheca; projeção aculeiforme da base do procœso 2 da conjuntiva muito desenvolvida, curva e ultrapassando a carena do processo da vesica; vesica mais estreita que o processo 2 da conjuntiva, em vista ventral. Genitália da fêmea fêmea com bordo posterior dos gonocoxitos 8 quase uniformemente convexa; ductus receptaculi fortemente espiralado na região posterior à área vesicular, seu comprimento é maior que o da região anterior à área vesicular; cristas anulares não convergentes, sendo a anterior voltada para o ductus receptaculi; crista anular posterior com o dobro do diâmetro da capsula seminalis; capsula seminalis globosa.