Hypatropis, Bergroth, 1891
publication ID |
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persistent identifier |
https://treatment.plazi.org/id/C767085D-B93F-FFD1-DF1F-F98ED91AFC74 |
treatment provided by |
Luisschmitz |
scientific name |
Hypatropis |
status |
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Melpia Sail, 1867: 529; 1872: 31 - 32; Lethierry & Severin, 1893: 146.
Hypatmpís Bergroth, 1891: 235; Kirkaldy, 1909: 91.
Espécie-tipo: Melpia sternalis Stål, 1869, por monotipia.
Espécies de pequeno tamanho. Coloração do amarelopálido ao castanho. Corpo ovalado a oblongo, pouco convexo ou mesmo achatado dorso-ventralmente. Superfície do corpo com pontuação densa e escura, ventralmente, esta é mais concentrada e de menor tamanho no abdome, comparativamente ao restante do corpo. Pernas e antenas concolores ou avermelhadas.
Cabeça: pontuação irregulannente distribuída e com densidade variável; em geral com 1 + 1 faixas mais pontuadas, iniciando atrás do ocelo, prolongando-se pelas margens intemas das jugas. Entre o ocelo e o olho uma região, quase do tamanho de um olho, sem pontuação. Comprimento da cabeça quase igual ao comprimento do pronoto e menor do que a largura ao nível dos olhos. Iugas mais longas que o clípeo ou subiguais em comprimento. Tubérculo antenífero armado com um espinho de ponta romba, no ângulo anterior externo. Primeiro artículo antenal quase atinge o ápice das jugas. Terceiro e quinto artículos antenais subiguais em comprimento e maiores que os demais. Quarto artículo sutilmente achatado dorso-ventralmente, com um sulco longitudinal mediano.
Superfície ventral da cabeça com pontuação irregularmente distribuída, mais concentrada sobre as búculas e áreas adjacentes, ausente nas jugas. Margens extemas das jugas elevadas, encobrindo o clípeo em vista lateral. Búculas com um dente anterior, retilíneas e evanescentes junto à base da cabeça. Primeiro segmento do rostro contido na búcula, encoberto em vista lateral. Comprimento do rostro variável, atingindo o espaço entre pró- e mesocoxas ou meso- e metacoxas. Segundo segmento do rostro quase tão longo quanto o terceiro e quarto reunidos.
Pronoto trapezoidal. Margem anterior escavada, truncada atrás da cabeça, ângulos ântero-laterais com espinho dirninuto. Margens ântero-laterais sub-retílíiaeas, crenuladas ou serrilhadas, pelo menos na metade anterior. Margens póstero-laterais sub-retilíneas. Margem posterior reta. Ángulos umerais pouco desenvolvidos e arredondados. Pontuação densa e distribuída homogeneamente com exceção de 1 + 1 faixas junto às margens ântero-laterais e 1 + 1 faixas divergentes que partem da margem posterior das cicatrizes e não atingem a margem posterior do pronoto, onde a pontuação é mais concentrada. Cicatrizœ geralmente concolores, delimitadas pela pontuação das faixas citadas, espaço intemo preenchido por pontos de distribuição irregular.
Superfície ventral do tórax irregularmente pontuada. Rugas da propleura mais escuras, embora não sejam mais pontuadas. Prostemo geralmente recoberto por uma mancha escura losangular. No mesostemo destacam-se 1 + 1 grandes manchas castanho-escuras ou negras, onde a pontuação é mais densa. Entre as manchas uma faixa média longitudinal concolor ou mais escura que o restante do corpo, coberta por pêlos curvos e brancos, mais longos na metade anterior do mesostemo, dando a impressão da existência de uma earena. Peritrema ostiolar em forma de clava ou auricular, não ultrapassando a metade da largura da área evaporatória metapleural. Área evaporatória com pontuações menores que no restante do tórax e estendendo-se pelo mesoepímero e metaepistemo; pode ser concolor ou mais escura que o corpo. Metastemo plano.
Pemas: Fêmures e tíbias com manchas nas bases dos pêlos, maiores e mais concentradas nos fêmures. Coxas, trocanteres e tarsos imaculados. Tíbias com sulco longitudinal dorsal.
Escutelo triangular, ápice arredondado, não ultrapassando uma linha transversal imaginária que une os ângulos póstero-laterais do conexivo do V segmento abdominal. Ângulos basais com 1 + 1 pequenas fóveas negras.
Hemiélitros com ângulo apical do cório agudo e alcançando, pelo menos, a metade do conexivo do VI segmento abdominal. Pequeno calo amarelo pálido no ápice da veia radial. Membrana do hemiélitro hialina e enfuscada. Nervuras de coloração castanha, em número variável (em tomo de 7), bifurcadas ou simples.
Abdome. Conexivo exposto, pontuação concolor; ângulos ântero- e póstero-laterais de cada segmento com uma pequena área de pontuação mais concentrada; ângulos póstero-laterais quase retos e pouco projetados posteriormente. Intemamente aos espiráculos (es), pequenas áreas circulares, subcalosas, destituídas de pontuação. Superfície ventral do abdome com uma mácula negra junto aos ângulos ântero-laterais de cada segmento que avança, em menor ou maior grau, sobre o segmento antecedente. Cicatrizes transversais dos segmentos (III-VII) concolores e sem pontuação. Tricobótrios posteriores a esta cicatriz. Uma linha longitudinal imaginária tangente aos espiráculos separa os tricobótrios, ficando um extemo e outro intemo a esta linha.
Genitália do macho. Pigóforo de contorno quadrangular. Cápsula genital globosa, abertura da taça genital dorso-posterior. Bordo dorsal (bd) escavado em “ U ” aberto. Ângulos póstero-laterais arredondados e pouco projetados. Bordo ventral (bv) subdividido em dois folhetos, um interno e outro extemo. Folheto interno (fibv) projetando-se em expansões cônicas dorsalmente e em direção anterior, de cada lado do X segmento (tubo anal). Folheto externo do bordo ventral (febv) (em vista posterior) escavado e subcarenado. Área do bordo ventral entre os folhetos intemo e externo irregularmeme côncava, recoberta por pêlos. Tubo anal em forma de cúpula, arredondado no ápice, com uma carena transversal (cx) limitando o terço basal. Parâmeros ausentes.
Phallus quase tão largo quanto longo e levemente achatado dorso-ventralrnente. Aparelho articular (aa) com placa basal simples e um par de conetivos dorsais curtos, com o processus capitati (pc) desenvolvido. Membranblase visivel nas vistas ventral e dorsal. Phallotheca (ph) amplamente aberta posteriorrnente, ângulos postem-laterais salientes; face dorsal com 1 + 1 processos laterais; processo 2 da phallotheca (pr2ph), junto à zona de articulação com as placas basais; face ventral com 1 + l processos medianos, processos 1 da phallotheca (prlph), digitiforrnes, quase paralelos em sua extensão, curvados em direção dorsal, e quase tão longos quanto os processos 1 da conjuntiva. Conjuntiva (cj) ampla, com dois pares de processos: 1 + l processos ventrais, processos 1 daconjuntiva (prlcj), afilados, divergentes, levemente esclerotinizados, localizados um de cada lado dos processos 1 da phallotheca, e 1 + 1 processos laterais, processos 2 da conjuntiva (pr2cj), levemente convergentes, longos, digitiformes, curvos e voltados para superficie dorsal, em cuja base situam-se duas projeções, uma interna, aculeiforme (pipr2cj) e outra, extema (pepr 2 cj), romba, visíveis em vista lateral, especialmente a aculeiforme. Vesica (v) dorsal, ápice curvado em direção póstero-ventral, com um processo dorsal (prv) em escudo que se continua em abas nitidamente carenadas, dirigidas ventralmente, que envolvem a base do_ ductus seminis dístalis. Processo do gonopóro secundário extremamente longo, delgado e frágil, normalmente não se preservando após a dissecação. Em vista lateral a vesica pode estar parcialmente encoberta pelo processo 2 da conjuntiva. Ventralmente a vesica e' membranosa não formando processos definidos, nesta área.
Genitália da fêmea. Placas genitais. Gonocoxitos 8 (gc8) com bordo posterior sub-retilíneo, ângulos póstero-laterais truncados e bordos suturais paralelos em quase toda sua extensão. Laterotergitos 8 (la8) destituídos de espiráculo com margem posterior em ângulo obtuso rombo. Gonocoxitos 9 (gc9) fusionados medianamente, formando o pseudoesterriito, com forma trapezoidal. Äpice dos laterotergitos 9 (la9) arredondados e ultrapassando a banda que une dorsalmente os laterotergitos 8. Placas genitais densamente pontuadas, pontuações menores sobre o gonocoxito 9 e segmento X (x) ( Figs. 32 -35). Ángulos ântero-laterais do gonocoxito 9 expandidos e formando braços curvos, dirigidos anteriormente. Gonapófises 9 (g9) com 1 + 1 espessamentos secundários (eg9) amplos e com projeções posteriores. Chitinellipsen (ch) presentes e encobertas total ou parcialmente pelos espessamentos secundários da gonapófise 9. Espessamentos da íntima vaginal (eiv) de forma cônica. Ductus receptaculi (dr) extremamente longo, nas regiões anterior e posterior à área vesicular (avdr) (exceto emH. roLstom); região do ductus, posterior à área vesicular, sempre espiralada; região do ductus, anterior à área vesicular, enovelada ou não. Pars intermedialis (pi) com anel basal mais esclerotinizado. Capsula seminalis (cs) destituída de dentes.
Distribuição: Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela, Trinidad e Tobago, Suriname, Brasil, Argentina e Uruguai.
Discussão: Melpia (hoje Hypatropis ) e Oenopia (hoje Oenopiella ) foram descritos por STAL (1867) na mesma dicotomia, em sua chave para os pentatomideos americanos. Foram aproximados por compartilharem caracteres referentes à forina do pronoto, cabeça, escutelo e peritrema ostíolar, e diferenciados principalmente em função da extensão das jugas em relação ao clipeo (jugas mais longas que o clipeo em Hypatropis ), das margens ântero-laterais do tórax (crenuladas em Hypatropise integras em Oenopiella ) e, equivocadamente, na presença ou ausência de carena no mesostemo (em ambos os gêneros a carena está ausente). A inclusão de novas espécies ao gênero Hypaırnpis, ora desciitas, bem como o estudo minucioso da genitália do macho, permitiram reconhecer grandes diferenças entre esses gêneros. BERG (1891) descreveu o gênero Parentheca e aproximou-o de Melpia , sem especificar em quais aspectos esses gêneros se relacionariam. De fato, esta aproximação é injustificada, levando-se em conta as diferenças na morfologia externa e genitália do macho.
Hypatropis relaciona-se aos gêneros Glyphepomis Berg , Mecocephala Dallas , Tìbraca Stål e Paramecocephala Benvegnú , pois apesar do facies distinto, o padrão das estruturas do pigóforo e do phallus é constante nesses gêneros. BENVEGNÚ (1968) reconheceu esses padrões ao comparar o pigóforo e phallus de três espécies: ïîbraca limbativentris Stál, 1860, Mecocephala acuminata Dallas, 1851 e Paramecocephalafoveata Benvegnú, 1968 . Os quatro gêneros compartilham as seguintes sinapornorñas: quarto artículo antenal achatado dorso-ventralmente e com um sulco longitudinal; folheto intemo do bordo ventral do pigóforo avançando em direção anterior, formando 1 + 1 projeções cônicas laterais ao tubo anal; tubo anal carenado no limite do terço basal; conjuntiva com processos mais ou menos complexos. Hypatropıls' é considerado mais derivado que os outros gêneros mencionados (FERNANDES & GRAzrA, 1996), por apresentar as seguintes sinapomorfias: primeiro segmento do rostro contido nas búculas (nos outros gêneros ultrapassa o limite das búculas); margens extemas das jugas, em vista lateral, acima do nivel do clípeo (nos outros gêneros abaixo do nível do clipeo); jugas mais longas que o clípeo (nos outros gêneros iguais ao clípeo); parâmeros ausentes (nos outros gêneros os parâmeros são reduzidos); ductus receptaculi extremamente longo, sendo muitas vezes maior que a área vesicular (nos outros gêneros o ducto é quase igual à área vesicular).
Chave para as especies de Hypatrapis
1. Jugas ultrapassando o clipeo e convergentes no ápi-ce. Rostro terminando entre pró- e mesocoxas. Pigóforo em vista posterior com 1 + 1 projeções espiniforrnes 2 J ugas subiguais ao clipeo. Rostro terminando entre meso- e metacoxas. Pigóforo destituído de proje-ções espinifonnes 3
2 (1). Cório com nítidas faixas destituídas de pontuação. Pigóforo, em vista posterior, com área entre os folhetos interno e externo do bordo ventral, imaculada. Processo 1 da conjuntiva não alcan-çando o ápice dos processos 1 da phallotheca. Laterotergitos 8 mais longos que os laterotergitos 9. Capsula seminalis saculifonne com metade apical sternalís Cório uniformemente pontuado. Pigóforo, em vista posterior, com área entre os folhetos intemo e ex-temo do bordo ventral, densamente maculada. Processo 1 da conjuntiva pouco mais longos que os processos 1 da phalloıheca. Laterotergitos 8 subiguais em comprimento aos laterotergitos 9. Capsula seminalís ovalada H. australis
3 (1). Pigóforo com folheto externo do bordo ventral carenado em toda sua extensão, carena recoberta por franja de pêlos espessos. Processos 1 da conjuntiva mais longos que os processos 1 da phallotheca. Vesica mais estreita que o processo 2 da conjuntiva. Gonocoxitos 8 com bordo posterior quase uniformemente convexo. Ductus receptaculi extremamente longo e espiralado, após a área vesicular. Cristas anulares não convergentesm ... H. inermis Pigóforo com folheto externo do bordo ventral não carenado no terço médio. Processos 1 da conjuntiva subiguais em comprimento aos processos 1 da phallotheca. Vesica igual ou mais larga que o pro-cesso 2 da conjuntiva. Gonocoxitos 8 com bordo posterior truncado junto aos ângulos laterais ex-temos. Ductus receptaculi com outra fomra. Cris-tas anulares convergentes .................................. 4
4(3). Vesica duas vezes mais larga que o processo 2 da conjuntiva. Base das projeções cônicas do folheto interno do bordo ventral, destituída de dente. Ducrus recepıaculi curto, após a área vesicular. Gonocoxitos 8 com ângulos suturais salientes H. rolstoni Vesica tão larga quanto o processo 2 da conjuntiva. Base das projeções cônicas do folheto intemo do bordo ventral com um dente extemo e enegrecido H. similis
No known copyright restrictions apply. See Agosti, D., Egloff, W., 2009. Taxonomic information exchange and copyright: the Plazi approach. BMC Research Notes 2009, 2:53 for further explanation.